segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Responda se puder...


E ele está consciente de que quanto mais vê, menos sabe. E caminhando assim ele consegue vislumbrar diversas possibilidades e tenta se conter diante da simples capacidade de sonhar. Não conseguindo controlar tal ímpeto, é transportado para a projeção de um futuro que existe na liberdade da juventude. Por uma série de medos e incertezas, os sonhos são vividos de maneira cética - ele deve pensar que vive seus projetos "na medida em que tem que ser" para aceitar qualquer fracasso que o atrapalhe pelo caminho.

De qualquer maneira, mesmo não encontrando em si todo o valor que julga ser necessário para tornar-se bom, permanece pensativo a respeito da audácia de tais (possíveis) elevados planos - e por isso mesmo acaba transformando-os em silêncio. O fracasso parece estar tão próximo, mas a vitória talvez virá ou certamente virá. É tudo tão incerto e ao mesmo tempo eufórico. Talvez ele reconheça que a batalha mais difícil é a que se trava todos os dias consigo mesmo. Mas em meio às incertezas, uma pergunta permanece:

Seria possível viver sem sonhar?


Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

sábado, 19 de setembro de 2009

Meu programa de TV favorito


Bom, sei que meu último post também fala sobre TV, mas eu não poderia deixar de postar algum comentário sobre o meu programa favorito (e nem é exagero meu dizer isso)!Poderia enumerar vários motivos pelos quais eu devo escrever sobre o "Passagem para..." do jornalista Luís Nachbin que vai ao ar de segunda a sexta às 11h da noite no canal Futura - mas prefiro partir direto para o comentário.

A ideia do programa pode ser resumida em poucas linhas, pois trata-se de um jornalista que viaja o mundo colhendo histórias e imagens das pessoas, seus costumes e culturas. É um trabalho muito curioso, que demanda observação e principalmente sensibilidade. Com influências do New Journalism, Nachbin é um viajante solitário que parte em busca de novos ângulos e novas maneiras de contar histórias com uma profundidade muito peculiar em se tratando de televisão.

Rússia: o som da Sibéria from Canal Futura on Vimeo.

Viajando pela Índia, ele seria capaz de encontrar uma brasileira que após a morte de seu filho decidiu percorrer o país em busca de iluminação espiritual. Ou então, em uma ilha da América Central ele poderia se deparar com um profeta falando sobre a vida. A princípio, um programa de viagens parece algo tão banal, mas quando a proposta é falar sobre "gente", tudo fica mais interessante.

Talvez os Estados Unidos que conhecemos fique um pouco diferente diante da lente de Luís Nachbin quando ele resolve cortar o país de ponta a ponta e o Irã pode não ser exatamente como nos noticiários. Porém, em meio às tantas viagens do Nachbin, é interessante perceber que talvez não importe quais sejam as diferenças, porque incrivelmente somos todos iguais.

México: o coração do país from Canal Futura on Vimeo.

Existem programas que são modas passageiras e outros, como é o caso do "Passagem para..." conseguiu me cativar e fazer com que eu me tornasse espectador ao longo de várias temporadas. Eu nunca pensei em trabalhar na TV, na verdade prefiro mesmo é ficar lá atrás, nas redações - mas se algum dia eu puder (ou precisar) trabalhar na televisão, gostaria de fazer um trabalho como o "Passagem para...". E não digo isso por causa das viagens apenas, mas também pela possibilidade de registrar peculiaridades, guardar ali na câmera histórias tão pessoais e que ao mesmo tempo refletem a realidade de determinada cultura.

Fica a dica: assista as trips do Nachbin, realmente vale a pena! E para aqueles meio "Dean & Sal" (personagens do escritor Jack Kerouac) que desejam colocar o pé na estrada, talvez levar uma câmera e registrar tudo seja algo importante...

Passagem Para extra 004 Belize from Canal Futura on Vimeo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Quinze anos de F.R.I.E.N.D.S em 4 vídeos



EXATAMENTE hoje faz quinze anos desde que o primeiro episódio de Friends foi ao ar. Desde 1994, dez temporadas, um público de 55 milhões de pessoas no episódio final, salários milionários e risadas e mais risadas são garantidas em cada episódio (ainda que você os reveja em infinitas reprises). Lembro da véspera do último episódio, quando os olhares de quem cresceu assistindo a série se voltaram para ver qual seria o desfecho dos cinco amigos, em especial, o final do casal Ross e Rachel.

Neste aniversário de 15 anos eu penso a respeito da longevidade de uma série que não saiu das grades de programação - e que agora, para entrar "oficialmente" no mundo da internet, pode ser comprada episódio por episódio na rede. Em comemoração pelo 15° aniversário de F.R.I.E.N.D.S, eu seleciono QUATRO vídeos da série no youtube que sempre vejo!


1 - A promo de 3 minutos da NBC contando um pouco da história da série antes do último episódio:




2 - Phoebe maravilhada com "sua própria voz", a música é Smelly Cat:



3 - Rachel tentando enxergar sua filha Emma na ultra-sonografia... "I can't see IT!"




4 - No último episódio, quando Ross levanta para abrir seu coração, eis que Gunther surge primeiro e declara todo o seu amor aRachel!

RACHEL: "Gunther, oh, I love you too..."

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O 11 de Setembro


Como você acompanhou o ataque às torres gêmeas do WTC em 2001? Onde você estava? Quantos anos tinha? Como compreendeu aquelas cenas?


Estas são indagações interessantes para o 11 de setembro de 2009. Passados exatos oito anos do maior atentado terrorista da história, podemos olhar para trás e nos perguntarmos: o mundo mudou após os acontecimentos? Apesar de ser uma pergunta um tanto quanto óbvia, é importante para nos leva a refletir acerca das rupturas na história e também das conseqüências de acontecimentos tão significativos, como foi o 11 de setembro.

Eu acompanhei os ataques pela internet, pela TV e pelos jornais. A escalada do Jornal Nacional daquele dia é inesquecível, e o mundo se voltou para Nova York em um filme real que imitava Hollywood. O intrigante é a ironia por trás dos ataques, afinal de contas, um grupo extremista havia demolido o principal símbolo do poder americano com dois aviões lotados de pessoas.

Oito anos depois, podemos dizer que os desdobramentos dos atentados foram dramáticos. A invasão do Afeganistão e a guerra do Iraque são grandes catástrofes sem uma visível solução. Recentemente, o Afeganistão falhou ao tentar realizar eleições por contra própria - ainda não sabe quem será o novo presidente do país. Já no Iraque, a situação é bem pior... Enquanto Obama promete retirar gradualmente as tropas do país, atentados são rotina e não existe uma administração capaz de organizar o país. E é ai que os atentados ao WTC e ao Pentágono parecem pequenos.

Tive um trabalho interessante nesta semana: produzir uma entrevista com o correspondente da Folha de São Paulo que foi responsável pela cobertura do 11 de setembro. O jornalista Sérgio Dávila (autor do livro "Nova York antes e depois dos atentados") foi o entrevistado do Jornal das Seis de hoje. Inicialmente pensei: o que perguntar? Parece que todos estão cansados de saber o quão significativo foram os atentados e quais foram (e ainda são) as conseqüências do ocorrido. Revi imagens, assisti as cenas, li reportagens da época - tentei me cercar de informações.

Na noite de ontem, eu pensei bastante e coloquei as perguntas no papel. Como o país relembra os ataques, projeções para a guerra do Iraque, política de combate ao terrorismo do governo Obama, entre outras questões estavam na pauta... Mas foi então que resolvi colocar como última pergunta uma indagação que sempre me fiz em relação à documentação de momentos ditos "históricos". E então indaguei: como é, para um correspondente, viver algo tão marcante e histórico, e ao mesmo tempo inexplicável a princípio, como foi o 11 de setembro de 2001?

Enquanto estudante de jornalismo confesso que esta era a pergunta que eu mais esperava para ter a resposta. Uma breve pausa, e Sérgio, lá de Washington D.C., revelou que primeiro veio o susto e depois a responsabilidade e humildade para reportar um evento histórico. Sem dúvidas o 11 de setembro marcou a vida de muitos jovens da minha geração que desejavam, ou ao menos tinham aspirações, de se tornarem jornalistas. Os atentados daquela manhã definiram o início do século XXI, como ressalta Sérgio Dávila e me mostrou que a história é uma peça de teatro que se descortina diante dos nossos olhos.

No início do ano, eu acompanhei outro momento histórico, ao som de City of Blinding Lights. Era Obama tomando posse e deixando no ar a esperança de que o futuro poderia ser mudado. Na entrevista com o correspondente da Folha, pude perceber que a postura do novo governo dos EUA parece muito diferente da anterior – como Dávila diz: foi uma guinada de 180° em relação ao governo Bush.

Hoje, oito anos após os ataques, eu olho para o ocorrido e penso: será que um dia o mundo vai realmente conhecer a paz? Ainda que seja utopia, talvez a partir de algumas mudanças de postura de governantes e pessoas, possamos ver uma quantidade menor de bombas explodirem sobre as cabeças de humanos, como nós. E mesmo sem as duas torres imponentes, Nova York ainda é a cidade de luzes que ofuscam, ao menos para mim.

domingo, 6 de setembro de 2009

Música de qualidade vinda da Islândia


Bom, a internet permite que conheçamos músicas, estilos, culturas e pessoas de todo o globo na rapidez de um click. E assim, desde o início deste ano, me propus a vasculhar e pesquisar na rede algum grupo musical contemporâneo que me transportasse (ou me lembrasse) as músicas da Idade Média e a cultura do lado mais "glacial" da Europa. Foi assim que encontrei a música islandesa, e fui apresentado à suavidade e explosão de Sigur Rós.

Trata-se de uma banda que mistura instrumentos clássicos com vozes harmônicas e são capazes de recriar o (meu) imaginário das aulas de história do ensino médio que se mistura com a ficcção de elfos, vikings e gêiseres. Se um dia eu tiver o prazer de visitar a Islândia, ao menos trilha sonora eu já tenho!

Talvez soe melancólico e estranho - mas é totalmente belo. A banda canta em uma língua inventada e promove uma sucessão de viagens que duram entre seis e dez minutos, recheada de guitarras tocadas com arcos de violino, baterias a 10bpm, cordas e teclados esparsos, vocais etéreos e melodias belas, impressionantemente belas. Sigur Rós é conhecido no Reino Unido, Canadá, e é claro, na Islândia - mas em terras brasileiras nunca ouvi nada deles. Além de abrir shows do Radiohead no velho continente, uma das músicas do grupo está na trilha sonora do filme Vanilla Sky.

Os vídeos que coloquei aqui fazem parte do DVD: Sigur Rós – Em Casa | Sigur Rós – Heima, Dean DeBlois, Islândia, 2007, 97’

Em 2006, no horário mágico do verão da Islândia, Sigur Rós fez vários concertos na sua terra natal. “Heima” – que significa tanto “em casa” quanto “terra natal” – é uma tentativa de fazer um filme tão grande, bonito e livre de amarras quanto um álbum do Sigur Rós. O filme mostra material de todos os quatro álbuns da banda, incluindo momentos raros e notáveis. Estão incluídas uma apresentação tocante da canção ‘Gitardjamm’, filmada no interior de um tanque de óleo de arenques nos distantes fiordes do oeste; uma gravação com um microfone, ao som do vento, da canção ‘Vaka’, filmada durante um protesto contra uma barragem numa área posteriormente inundada; e as primeiras versões acústicas e ao vivo das lindas canções ‘Staralfur’, ‘Agaetis Byrjun’ e ‘Von’.