segunda-feira, 13 de setembro de 2010

When I look at the world

A proposta da professora era que cada aluno desenhasse em uma folha de papel alguma coisa que estivesse relacionado com sonhos e desejos. Era mais uma daquelas dinâmicas de grupo do Ensino Fundamental, em que você acaba "se expondo" e passando vergonha no final. Havia um pedaço de barbante, que dividia a sala formando um varal onde seriam penduradas as folhas de A4. E cada um seria convidado a explicar sua "obra de arte" diante da classe.

Seu desenho era ambicioso, e ao mesmo tempo, interessante. Era o contorno de um mapa mundi, em uma projeção "autoral", e a explicação suscinta o bastante para aqueles tempos, outros tempos... "O mundo professora, quero conhecer o mundo". Haviam alguns percalços no caminho, até mesmo porque seu mundo era muito pequeno e limitado. O mundo Google ainda não havia se tornado tão comum, e a Barsa e seus verbetes cumpriam muito bem tal função de ser "janela para o que não se podia ver".

(...)

A professora acabou levando o desenho, e aquele jovem nunca mais pôde vê-lo. Ele cresceu, conheceu outro mundo, se mudou. Sonhava com o Planalto e queria ser internacionalista, depois acabou gostando da ideia, e resolveu mudar, ser jornalista. Hoje, quer ser um misto de tudo isso. Viu seus planos mudarem - mas riu quando tudo pareceu reordenado. Talvez o melhor dos sonhos seja realizado quando você consegue olhar para trás e ver que em um desenho já haviam traços do que você deseja nos dias de hoje. Eis a tal da conexão entre passado e presente, buscando um futuro.


When the night is someone elses
And you're trying to get some sleep
When your thoughts are too expensive
To ever want to keep
When there's all kinds of chaos
And everyone is walking lame
You don't even blink now, do you
Or even look away

So I try to be like you
Try to feel it like you do
But without you it's no use
I can't see what you see
When I look at the world