domingo, 29 de março de 2009

Big Fish

As pessoas podem se tornar maiores do que são, e quando percebem essa realidade acabam partindo, rompendo os limites do pequeno aquário que os prende. Se tornar um mito na jornada da vida, misturar o que é com o que poderia ser. Edward Bloom é uma dessas pessoas que admitem ter sonhos maiores do que a própria vida. Pode até mesmo tornar-se fantasia, mas em sua essência o Edward de Spectro que andava na companhia de um gigante parece muito mais real do que qualquer outro.

Diante de um pai sonhador, Will se sente enganado. Poderia realmente toda essa fantástica jornada ser verdadeira? Tudo o que Edward contou para o seu filho parecia dissolver em meio à dor de crescer e abandonar a fantasia. No pacote de se tornar adulto estava o anseio de encontrar-se nas estórias do pai. Estava em jogo sua própria vida contada de uma maneira incomum, talvez para tornar a monótona existência um pouco mais colorida, talvez para suprir a carência de um pai ausente.

Big Fish me faz pensar a respeito da possibilidade de encarar a vida por diferentes ângulos, ainda que para isso acontecer seja necessário fundir realidade e ficção. O filme transcende o cotidiano monótono e consegue cativar pela possibilidade de ver a vida de uma maneira peculiar. Se Espectro é a cidade perfeita e Edward Bloom é o peixe grande que não coube no apertado aquário da realidade, este é um daqueles filmes que ficam marcados na memória pela beleza da fotografia e, principalmente, pelo conflito entre pai e filho.

Com Edward Bloom eu compreendi que a ótica de alguém que é apaixonado pela vida é diferente de todas as outras possibilidades mais realistas. Ver a vida de maneira romântica e colorida, viver como em uma fábula mesmo que isso gere confusão para os que se julgam céticos demais. Ainda existem sonhadores? Aliás, vale realmente a pena sonhar e ousar coisas muito grandes? Ao investigar as histórias, Will percebe que existe um fundo de verdade no que o pai dizia, provando que um homem conta tantas vezes sua história que se torna uma delas, elas continuam vivendo após ele, e deste modo ele se torna imortal.

Um comentário:

  1. Lo cotidiano hay que vestirlo algunas veces de seda aunque mona se queda, pero un poco de color nunca viene mal.

    Besos

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