Eu havia me frustrado com Kerouac - fato! Mas como esquecer um escritor que influenciou boa parte da minha adolescência? E agora, em tempos que eu assumo como "o inverno", releio seus escritos, deixando os planos e cálculos de lado. Talvez seja uma fuga, ou até mesmo um momento de rendição diante de algo óbvio que eu havia me esquecido: não se pode controlar tudo!
Não tenho mais 16 anos e sei que não toparia pegar a estrada com Kerouac como eu tanto almejava anos atrás. Talvez eu busque algo mais concreto do que a louca viagem poderia oferecer. Mas a canção de Gibbard busca um Jack Kerouac diferente daquele que resolveu ganhar as estradas, talvez o escritor dos poemas, das declamações... o alcoólatra que não soube responder seus próprios questionamentos, o reacionário, o contemplativo.
E hoje, mesmo não estando na Bixby Canyon Bridge, mesmo não tendo ido até Frisco curtir um jazz - eu tenho certeza de que não seria esta, exatamente, a vida que eu gostaria de levar. Em um tempo em que pareço completamente estagnado, releio meus heróis, e descubro a ilusão... É pra isso que serve o inverno, são estes os benefícios que nos permitem renascer dia após dia.
"E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quartinho repleto de ideias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida pelo que ela é e não forme ideias preconcebidas de espécie alguma em sua mente."
KEROUAC, Jack - Viajante Solitário
Ai... Doeu. Nada tá acontecendo da forma que eu imaginava.. Ó vida, ó céus.
ResponderExcluirInverno (ainda bem?) é tempo de rever valores... =*
Inverno é sempre inverno thaís! (não expliquei nada aqui! oO)
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