quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

pilgrim notes I

E é interessante e ao mesmo tempo perigoso. Porque este momento tem que ser especial. Existe uma carga de responsabilidade, uma espécie de ticket para viver intensamente, e frases como "este é o melhor momento da sua vida" ecoam a todo momento. Em meio a tudo isso, existem mapas, cidades e lugares para explorar, e existe também uma trilha sonora própria - além dos sons das ruas.

É tudo novidade e ao mesmo tempo assustador. É riso também, e muita reflexão. O exótico, o estranho - já dizia o filósofo que quando não estamos espelhados e inseridos em determinada sociedade acabamos "refletindo" mais sobre nossa condição humana.

Ver o mundo de fora e ao mesmo tempo tentar se inserir nele. Preparar um jantar decente, conhecer pessoas, ler e estudar. Desbravar a neve que teima em cair todas as manhãs, tardes e noites. Lutar contra o vento frio e ver gelo por toda parte.

Estranhar e ao mesmo tempo não se espantar com as diferenças; afinal de contas, viva o multiculturalismo! E é em meio às diferenças que surgem assuntos interessantes. E é em outras línguas que amor, amizade, conceitos e sonhos parecem fluir de jovens comuns que só se juntaram devido à condição de viajantes. Pode até ser que se trate de um monólogo enquanto se compromete a explorar minusciosamente as ruas da cidade... Talvez são assuntos em um pub ou seja o riso de andar nos trilhos do street car em plena madrugada (gelada!).

Dizem que existe uma certa beleza em perder-se ou lançar-se no desconhecido enquanto se é jovem. Em suma: ter no peito a ânsia de desbravar nações e conhecer sempre mais. É provável que viajando as respostas ocupem os espaços em branco que deixamos ao longo das nossas existências. E por isso mesmo, viajar é preciso!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes,
De viver de ver somente!

PESSOA, Fernando.

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