Na verdade este espaço
moribundo já deveria ter sido enterrado, ao menos é o que eu penso. Eu gosto de
blogs, e acredito que tudo o que eu tenho registrado ao longo dos anos diz
muito a respeito de mim mesmo - lá se vão alguns anos desde que eu entrei na
faculdade e retomei meus posts confusos e metalinguísticos.
Eu até acho que a prolixidade daqueles dias foi se perdendo e hoje
eu (finalmente) consigo escrever coisas concretas, diminuindo as metáforas
chulas e tentando ser mais sóbrio em minhas conexões. No final das contas, eu
escrevo pra mim mesmo, porque gosto, e mais do que isso, porque ainda é uma das
únicas maneiras que eu encontrei de falar - pelo menos a mais eficaz, no meu
caso.
Talvez há alguns anos eu tinha uma preocupação muito grande em
"me compreender", e nessa jornada pessoal eu acabava me confundindo
ainda mais. Digo isso porque estive lendo coisas que escrevi em 2008, por
exemplo, pequenos contos, poemas, comentários...
Acho que estou tentando fechar ciclos e me dedicar a outras
coisas. Talvez isso seja parte da síndrome que acomete universitários às
vésperas da formatura, talvez... E como parte desse processo, reler o que
escrevi é importante, e chega a ser até cômico ao olhar pra mim mesmo e ver
como eu "pensava" - mesmo em um curto espaço de tempo - e como eu
mudei.
Dentre os meus "projetos para o futuro" está a morte
desse espaço e a criação de um novo, talvez não um espaço como esse blog Tratado se propõe a
ser; mas uma página simples na qual mostrarei minhas ideias com fotografias
(amadoras e autorais) e textos curtos. Por outro lado, manterei uma página
"portfólio", já me preparando para o que "virá" em breve.
Enquanto refugiados da Somália chegam ao Quênia, fugindo de uma
seca devastadora, além de conflitos internos, eu estou aqui, ouvindo Revolution
(Beatles) e tentando colocar minha vida em ordem. Em tempo de feeds e
informação "realmente em tempo real", é possível ter uma noção de
tudo o que acontece simultaneamente às nossas ações - posso contar um segredo?
Isso me assusta.
Neste exato momento, tem um post-it pregado em frente à minha
tela, com uma imensa lista de "coisas para fazer", e muitas
abas abertas. It's been a hard
day's night... e tudo o que
eu posso oferecer ao mundo - assim como há 4 anos atrás - é minha própria
confusão. Ao som dos Beatles, é claro!
eu lembro de quando pegava no seu pé devido aos posts cheios de metalinguagem, naquele ritmo de querer mostrar, sem revelar coisa alguma. gostava antes, gosto agora.
ResponderExcluire... bem, escrever tem que ser pra você mesmo. quem mais seria um leitor tão assíduo? **:
Adoro esses textos com tom de intimidade, em que vc tem a sensaçao que esta batendo papo em algum lugar...
ResponderExcluirAcho que blog e uma ferramente que combina com vc, pq vc tem muito a dizer... Mas acho q o espaço do registro das fotografias seria super bacana!
E... Mais do que poder saber que tantas coisas acontecem e pensar que coisas acontecem no mundo todo, com todas as pessoas. Nascem, morrem, vivem, se formam, mudam de pais, de rumo... Nao e incrivel?
Ola,vc sabe que aprendo muito com seu blog, as vezes ate identifico situacoes e sentimentos de uma pessoa que mora fora do pais e por isso acho q nao deve deixar este blog de lado!
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