domingo, 31 de julho de 2011

Everything’s moving everything’s changing


Na verdade este espaço moribundo já deveria ter sido enterrado, ao menos é o que eu penso. Eu gosto de blogs, e acredito que tudo o que eu tenho registrado ao longo dos anos diz muito a respeito de mim mesmo - lá se vão alguns anos desde que eu entrei na faculdade e retomei meus posts confusos e metalinguísticos.

Eu até acho que a prolixidade daqueles dias foi se perdendo e hoje eu (finalmente) consigo escrever coisas concretas, diminuindo as metáforas chulas e tentando ser mais sóbrio em minhas conexões. No final das contas, eu escrevo pra mim mesmo, porque gosto, e mais do que isso, porque ainda é uma das únicas maneiras que eu encontrei de falar - pelo menos a mais eficaz, no meu caso.

Talvez há alguns anos eu tinha uma preocupação muito grande em "me compreender", e nessa jornada pessoal eu acabava me confundindo ainda mais. Digo isso porque estive lendo coisas que escrevi em 2008, por exemplo, pequenos contos, poemas, comentários...

Acho que estou tentando fechar ciclos e  me dedicar a outras coisas. Talvez isso seja parte da síndrome que acomete universitários às vésperas da formatura, talvez... E como parte desse processo, reler o que escrevi é importante, e chega a ser até cômico ao olhar pra mim mesmo e ver como eu "pensava" - mesmo em um curto espaço de tempo - e como eu mudei.

Dentre os meus "projetos para o futuro" está a morte desse espaço e a criação de um novo, talvez não um espaço como esse blog Tratado se propõe a ser; mas uma página simples na qual mostrarei minhas ideias com fotografias (amadoras e autorais) e textos curtos. Por outro lado, manterei uma página "portfólio", já me preparando para o que "virá" em breve.

Enquanto refugiados da Somália chegam ao Quênia, fugindo de uma seca devastadora, além de conflitos internos, eu estou aqui, ouvindo Revolution (Beatles) e tentando colocar minha vida em ordem. Em tempo de feeds e informação "realmente em tempo real", é possível ter uma noção de tudo o que acontece simultaneamente às nossas ações - posso contar um segredo? Isso me assusta.

Neste exato momento, tem um post-it pregado em frente à minha tela, com uma imensa lista de "coisas para fazer", e  muitas abas abertas. It's been a hard day's night... e tudo o que eu posso oferecer ao mundo - assim como há 4 anos atrás - é minha própria confusão. Ao som dos Beatles, é claro!

3 comentários:

  1. eu lembro de quando pegava no seu pé devido aos posts cheios de metalinguagem, naquele ritmo de querer mostrar, sem revelar coisa alguma. gostava antes, gosto agora.

    e... bem, escrever tem que ser pra você mesmo. quem mais seria um leitor tão assíduo? **:

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  2. Adoro esses textos com tom de intimidade, em que vc tem a sensaçao que esta batendo papo em algum lugar...
    Acho que blog e uma ferramente que combina com vc, pq vc tem muito a dizer... Mas acho q o espaço do registro das fotografias seria super bacana!

    E... Mais do que poder saber que tantas coisas acontecem e pensar que coisas acontecem no mundo todo, com todas as pessoas. Nascem, morrem, vivem, se formam, mudam de pais, de rumo... Nao e incrivel?

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  3. Ola,vc sabe que aprendo muito com seu blog, as vezes ate identifico situacoes e sentimentos de uma pessoa que mora fora do pais e por isso acho q nao deve deixar este blog de lado!

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