Estudiosa canadense afirma que os avanços registrados na última década em relação aos direitos da mulher devem funcionar como motivação para que a luta continue
No Brasil para uma série de palestras na Universidade Federal de Goiás (UFG) em meados do 2º semestre de 2011, a professora e pesquisadora do Departamento de Estudos Políticos da Universidade de Winnipeg, Shannon Sampert, afirma que ao longo dos anos foi criado um estereótipo negativo em relação ao feminismo e que ainda há muito a serconquistado.
Nessa entrevista, Sampert, que também é jornalista e comentarista de rádios e canais de TV no Canadá, falou sobre aborto, mídia, política e disse que ter uma presidentemulher no Brasil não diminui a luta pela igualdade de direitos e nemrepresenta, necessariamente, um objetivo do movimento feminista.
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Carlos Siqueira / Ascom-UFG |
A sra já estuda o tema “feminismo e política” há bastante tempo. Na sua visão, atualmente as mulheres e ativistas estão um tanto quanto receosas em relação à identificação como feministas. Porquê?
Sim, e eu não acho que isto é algo novo, eu acredito que é um problema que vem de muito tempo atrás. Uma das razões para isso é que quando você utiliza o termo “feminista” existe sempre uma reação negativa. A resposta típica quando usamos o termo é de que nós odiamos os homens, somos lésbicas ou não temos senso de humor. Então, porque as mulheres vão querer se identificar com algo que é visto de modo negativo?
Esta é uma consciência criada pela mídia e pelo patriarcalismo para associar o feminismo como irregular, fora das normas sociais, contra a sociedade, ao invés de reconhecer que existe um movimento social que é importante e que luta pela igualdade de gênero.