quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A história de Salvador


Acabo de assistir ao filme espanhol Salvador que narra a história do jovem Salvador Puig Antich. Conhece? Bom, eu também não conhecia até me deparar - por acaso - com sua história em um artigo qualquer no início de novembro do ano passado.

Trata-se de um jovem catalão militante do Movimento Ibérico de Libertação no periodo ditatorial de Francisco Franco, que acabou sendo preso e condenado a morte pelo assassinato de um policial.

Um filme interessante com excelente interpretação do ator, já consagrado pelo cinema alemão, Daniel Bruhl (vide Adeus Lenin). Puig foi a última pessoa da história da Espanha a ser executada pelo garrote vil, em 1974. Na ocasião de seu julgamento, foram organizadas diversas manifestações e mobilizações sem nenhum resultado que pudesse salvar o jovem anarquista das garras de Franco.


Um jovem que lutou por mudanças significativas na sociedade, que sonhou com igualdade, com o fim da opressão ditatorial e que num jogo de Hobin Wood tirou dos ricos e distribuiu entre os operários (essa foi uma maneira "poética" de descrever os vários roubos a bancos, para subsidiar o movimento operário, promovidos pelo bando de Puig).

O longa aclamado em Cannes, mostra a força de uma juventude combativa que não se curva diante de um regime autoritário (raridade em nossos dias, marcados por uma juventude cada vez mais egocêntrica)! O cantor e compositor catalão Lluis Ilach dedicou a música I si canto trist (E se eu canto triste) à breve trajetória do revolucionário.

[E se eu canto triste]
Eu não amo o medo, nem quer para o amanhã
Não quero hoje, nem como uma lembrança;
Eu gosto do sorriso
de uma criança à beira-mar
e explodiu seus olhos, como um monte de ilusões.

E se eu canto triste
é porque eu não posso
eliminar o medo
Meus olhos pobres.

Eu não amo a morte
nem sua etapa como o gelo,
Não quero hoje, nem como uma lembrança;
Eu gosto da batida do coração que, lutando,
dá vida à morte
você tem condenado.

E se eu canto triste
é porque eu não posso
esquecer a morte
Ignorar pares.

Eu amo meu canto, porque eu sei que eles são
silenciosos
assim muitas bocas, muitos chorando, dizendo a
verdade;
Eu prefiro cantar
de moradores de rua
com o poder das palavras
enraizada na razão.

E se eu canto triste
é para lembrar
não tão
desde há tantos anos.

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